YONI: PARTO E (RE)NASCIMENTO

YONI: PARTO E (RE)NASCIMENTO

Dançando a Plenitude

De e com IRIS
3 de Julho - 21h30
Auditório do Centro Cultural da Malaposta

Yoni é o nome sânscrito da energia feminina cosmica, a energia da criação eterna. É o nome da vulva sagrada da Grande Mãe, presente no corpo de todas as mulheres, como uma gruta iniciatica de mistérios profundos, como a noite primordial de onde nasce a Luz.

Yoni é a minha experiência como Mulher, e como Mãe gestante. É uma performance que foi criada e apresentada aos 8 meses de gestação do meu primeiro filho e que agora, 8 meses depois da sua chegada a esta Terra estranha mas abençoada, pela porta do meu ventre, revisito.

É um momento onde me visitam na consciência e no subconsciente todas as forças arquetipicas do Ser que sou e da força que uma mulher gravida e depois Mãe pode ter, como um manancial infinito.

É um rito de passagem iniciatico, pelo reino das aguas uterinas, pelas emoções e sonhos, pelo passado das mulheres que fui e sou, e que foram antes de mim, o elo entre todas as Mães.

Desde a concepção, à gestação, ao parto, Yoni é a minha viagem vida-morte-vida. Desde a vagina dentata à vagina alma mater. Desde a força da destruição à criação pelo Amor incondicional.

O equlibrio entre vulnerabilidade e força, vida e morte, porque nascer é sempre morrer também. E dar à Luz um momento em suspenso no tempo e espaço onde todas as fronteiras se cruzam e fundem. Integrando o parto como experiência essencial da sexualidade feminina.

Porque o meu corpo ja não me pertence, agora é parte de uma força criativa que me toma e nele se manifesta. Agora é o templo do meu filho, caldeirão alquimico de criação.

Yoni é para a mim a plenitude de ser Arte, criadora e criação em simultâneo, sentindo a Maternidade como uma processo criativo interior profundo que nos torna a nossa propria manifestação artistica. A Mulher gestante esta tão ligada às forças orgânicas criativas e de transmutação que se torna, além de si mesma, parte directa e inegavel do corpo maior que é toda a Terra.

É a viagem de mim para mim, e a viagem deste Ser que através de mim chega. Como a viagem de Inanna aos mundos subterrâneos, negros, uterinos. A passagem pelos 7 portais, 7 Chackras, despojando-me em cada um para ser além de mim, nascendo como Mãe na gestação do meu Filho, mergulhando nas profundezas do Ser e indo além de mim, até ao não Ser. Morrer e renascer recriada e Infinita. Livre, Só, Vazia, Plena .

Durante a performance serão projectadas imagens das primeiras duas apresentações da Yoni, onde dancei grávida, representando assim o encontro entre o então e o agora, entre a que gera e a que cuida, a mulher que gera, dando o ventre, e a mulher cujo ventre se despojou e que cuida, amamenta, dando o seio. Serão também apresentadas imagens de Mães gestantes de varias partes do mundo, sobretudo mesclando vivências urbanas e tribais de todos os continentes, concedendo à performance um aspecto antropologico e intemporal, recuperando as simbologias do parto e da Mãe em diversas culturas étnicas e em varios momentos da historia.

Vivendo a maternidade e parto como uma celebração à nossa capacidade natural de gerar, dar à Luz e alimentar os nossos filhos, partindo da sabedoria e energia vital intrínseca com que nascemos para fazê-lo.

“A mulher ilustra literalmente o padrão continuo de vida de como a energia se torna matéria através da gravidez, parto e nascimento.” Caroline Myss

“Por toda a eternidade Deus jaz numa cama de parto, dando à Luz. A essência de Deus é dar à Luz.” Meister Eckhart

“A maternidade não é apenas o processo orgânico de dar à Luz...é compreender as necessidades do Mundo. “ Alexis DeVeaux

Ficha Técnica:

Iris – Composição e Interpretação

Raphaelle Noden, India Salvy Guide, Clément Darrasse, Sara Correia - Video

Baltazar Molina - Sonoplastia

Hugo F. - Luz

Rita Magalhães - Fotografia

Produção:

AiGA, Associação Internacional de Germinação Artistica

Duração: 40 minutos